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Palavras que viajam

Leonardo Castelo Branco
2 min readJun 27, 2023

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Rogo para que este texto encontre em seu caminho os olhos e toque o coração da mulher que estava aos prantos na linha vermelha do metrô, sentido Barra Funda, hoje às 9h da manhã. Naquele choro silencioso — e para maioria imperceptível — testemunhei a sinceridade mais avassaladora.

E já que dei corda, por que não ampliar este manifesto de empatia? Também desejo que estas letrinhas acariciem o vira-lata sempre saltitante na saída do metrô Santa Cecília. Almejo que meu jato de inspiração alimente cada morador de rua, do Baixo Augusta ao Alto de Pinheiros

Imagine só? Um texto cotidiano capaz de iluminar a mente do trabalhador comum, preso no trânsito ou na fila para aquecer sua marmita, movimentando suas ideias e proporcionando uma nova perspectiva sobre seu propósito. É a partir dessa ebulição silenciosa que nascem as verdadeiras revoluções.

Se não for pedir muito, gostaria que esta composição fosse o apoio para as senhoras de Higienópolis atravessarem a rua. E também, a 47 km dali, em Marsilac, a mão que segura o ônibus para que outra senhora não chegue atrasada ao trabalho.

Peço que este texto seja um breve lapso de memória em relação às suas responsabilidades mundanas. Que a leitura o conduza a uma reflexão transformadora. Que você, ser humano que me lê agora, possa tirar momentos para descansar até ficar cansado. Você merece.

Aproveito a benevolência dos deuses e clamo para que minhas palavras embarquem em um ônibus Cometa e cheguem até Sorocaba, para confortar o sofrimento de um grande homem e amigo. Que ele descubra em breve quantos poemas são necessários para esquecer um amor impossível.

De volta a São Paulo, rogo que esta oração reencontre a moça que chorava silenciosamente na linha vermelha do metrô, agora sorrindo. Sorrindo como alguém que teve uma iluminação divina ou simplesmente tomou consciência de que a empatia também é uma forma de telepatia.

Amém!

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