Cidade Perdida
Irmão de alma; irmão de poesia
- que conhece minha alegria e
minha alma aberta em ferida -
te busco na minha saudade
e nasço de novo
nesta cidade perdida.
Contemplo, me emociono
quando ouço sua voz voar
pelas ruas cobertas de vapor melancólico,
pelos prédios metálicos sem fim.
Essa cidade perdida,
sem passado e sem futuro,
onde encontro rastros seus
e faço dos seus restos um
quebra-cabeça
pichado nos muros,
eternizado no infinito.
Estamos juntos,
conectados
por nuvens solitárias
num balé estratosférico.
Você vive no entardecer
da minha poesia
nesta cidade perdida,
onde viajo e sou turista
da garganta da tua lembrança,
e respiro aliviado,
purificado,
longe, muito longe
das complexidades da alma humana.