Foto: Ahmad Odeh

Cidade Perdida

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Irmão de alma; irmão de poesia

- que conhece minha alegria e

minha alma aberta em ferida -

te busco na minha saudade

e nasço de novo

nesta cidade perdida.

Contemplo, me emociono

quando ouço sua voz voar

pelas ruas cobertas de vapor melancólico,

pelos prédios metálicos sem fim.

Essa cidade perdida,

sem passado e sem futuro,

onde encontro rastros seus

e faço dos seus restos um

quebra-cabeça

pichado nos muros,

eternizado no infinito.

Estamos juntos,

conectados

por nuvens solitárias

num balé estratosférico.

Você vive no entardecer

da minha poesia

nesta cidade perdida,

onde viajo e sou turista

da garganta da tua lembrança,

e respiro aliviado,

purificado,

longe, muito longe

das complexidades da alma humana.

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